segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA A Francisco Aragonêz TREINADOR DO ELECTRICO DE PONTE SÔR

Identificação

Nome completo: ALCUNHA: Francisco João Malaquias Aragonêz “Xico d`alter”
Idade: 28 anos
Naturalidade: S.Lourenço - Portalegre
Clubes Representados: Fut11:FUTSAL: Como Jogador: A.D. Alter; F.C.Crato; A.C. Fronteirense (em futebol 11); Aldeia velha; A.R. Bairro da Boa Esperança e Eléctrico F. C.(em futsal). Como treinador. Eléctrico F.C (futsal).

Gostos pessoais: Estudar, de aprender. Ver televisão (um pouco de tudo), ouvir música, de ler, de conversar com os amigos. Gosto dos domingos, pois é o dia da “descontracção”, é o dia em que normalmente aproveito para passear e “recuperar energias” para a semana seguinte.

Livro preferido: “Quem quer ser Bilionário”; “As palavras que nunca te direi”.
Filme preferido: “Quem quer ser Bilionário”; “Braveheart”, “O Gladiador” entre muitos mais. É difícil distinguir um filme como meu preferido, mas os três acima mencionados ficaram-me na memória.
Música: Gosto de tudo um pouco, desde fado ao Rock. Gosto imenso de ouvir música. Vou confessar um segredo aos leitores do blog: antes de jogos decisivos ou finais, gosto de estar em casa a descontrair, ouvindo música “Celta”.
Prato preferido: “Carne de Porco à Alentejana”; “Polvo assado com batatas a murro”; “Chocos grelhados com batata cozida”; “Leitão assado com batata frita”.
Bebida: “Coca-Cola” e “Sumol de Laranja” bem frescos. Em ocasiões especiais, um bom vinho branco.
Carro: O meu. Um Renault Clio. Mas o carro da minha vida é uma Audi A4.
Maior defeito: Sou bastante desconfiado. Demoro a confiar em alguém e depressa perco essa confiança. Para mim, a confiança nunca se pode colocar em causa.
Maior virtude: Não sei. Penso não ter nenhuma que se evidencie. Penso ser um bom amigo e essa é uma das melhores qualidades que podemos ter. Com o tempo também aprendi a ser paciente, o que também é importante.
Melhor jogador de Futsal: A nível nacional penso não haver dúvidas que Ricardinho está num “patamar” acima de todos os outros. A nível distrital e reportando-me apenas aos anos em que fui apenas jogador, existiram (ainda jogam) dois jogadores, que eram um desafio enorme para mim ,como adversários, devido à sua qualidade: Ricardo Dionísio e Pedro Teles.

Melhor treinador de Futsal: Não acompanho muito a nível nacional o trabalho dos treinadores (até por falta de tempo), mas penso que o Alípio e o Orlando Duarte estarão no “topo da pirâmide” dos treinadores nacionais. A nível distrital existem poucos, mas também com qualidades. Alguns sem que lhe seja dado o valor merecido, por estarem em equipas de menos destaque.

FA- Quais os principais pontos fortes e fracos da equipa neste momento?

O ponto fraco desta equipa é, e sempre foi (desde que assumi a equipa) a falta de unidades de treinos por semana. Uma equipa que treina terça e sexta-feira (véspera de jogo) não pode ter os mesmos argumentos de uma equipa que treina três a quatro vezes por semana, com a sexta-feira de repouso. São mais unidades de treino e melhor distribuídas, podendo ser aplicadas cargas e estratégias de treino completamente diferentes daquelas que utilizo. Considerar um treino à terça e à sexta-feira, com jogo no sábado, como um microciclo de treino, é ter boa vontade. Ainda assim, não serve de desculpa de nada. Temos as condições que temos e que podemos usufruir. Quando aceitámos este compromisso sabíamos quais as condições do mesmo.

Aqui deixamos as desculpas para trás.

O ponte forte é o carácter da equipa e dos seus jogadores. Não defendemos só um clube, defendemos uma “causa”. A causa de ser “Eléctrico” e “Pontessorense”. À excepção da minha pessoa e de outro atleta, todos defendem a causa do Eléctrico, que acaba por contagiar, mesmo aqueles que não são naturais deste Concelho.

Só com grande carácter e determinação, conseguimos por vezes, dar a volta a situações que á partidas parecem perdidas.

FA- Qual o seu momento mais marcante da carreira de treinador? E o mais negativo?

O mais marcante, foi sem dúvida a manutenção no nacional da 3ª divisão, o ano passado. Por vários motivos: pelo péssimo começo da equipa, pelos diversos problemas que passámos, etc... Confesso que só passadas cerca de 24 horas, tive a noção do sucesso e do feito alcançado.

O momento mais negativo da minha carreira, foi do inicio do campeonato do ano passado, onde via desilusão na cara dos sócios e simpatizantes do Eléctrico após cada derrota da equipa. Em 7 jogos tínhamos 1 vitória e 1 empate e 5 derrotas (4 delas nas primeiras 4 jornadas). Era uma frustração imensa.

Também vos posso confessar, que após a sétima jornada do campeonato do ano passado, senti que deixava de ser solução e era mais um problema. Considerava que não tinha “estofo” para resolver a situação. Continuei, porque o presidente do Clube entendeu o contrário e deu-me um grande voto de confiança, como nunca esperei receber de ninguém, no desporto.

Devo dizer que o “desporto” é muitas vezes ingrato para com os seus “agentes”. Isto porque a equipa foi bastante criticada, quando não o merecia. Ninguém (na altura) perdia porque queria ou não se esforçava, mas perdíamos porque os outros ou eram melhores, ou eram mais experientes. Fica no entanto, a “voz” daqueles que nunca deixaram de apoiar, mesmo nos piores momentos.

É complicado gerir um grupo de pessoas que abdica de vários compromissos pessoais para representar um clube, sentir que esses mesmos atletas jogam nos seus limites e, no fim de contas, ainda haver críticas quanto ao seu desempenho, mas quem anda no desporto tem de saber lidar com o sucesso e o insucesso.

FA- Quais os objectivos até final da época?

Manter. Em conversa com alguns amigos, disseram-me por algumas vezes que deveria ser mais ambicioso. Talvez até concorde, mas na minha visão, as equipas do interior dificilmente conseguem mais do que a manutenção, principalmente na “série C”. Devo dizer-lhes que felizmente conheci a excepção na Boa Esperança (Castelo Branco), onde tive a oportunidade de fazer parte do plantel campeão nacional da 3º divisão nacional, no ano de 2006/2007 salvo erro, vencendo inclusive o Mogadouro na fase final deste campeonato (que actualmente se encontra na 1º divisão). No entanto treinávamos de segunda a quinta - feira.

FA - O que pensa dos moldes actuais do campeonato (campeonato distrital e taça distrital), acha que é o correcto ou alterava alguma coisa?

O problema do futebol distrital não são os moldes, são os dirigentes (aqueles que mandam e não os que andam no terreno). Infelizmente observa-se com alguma facilidade, equipas que entram e depois desistem do campeonato. Equipas que ganham e não sobem. Qual o objectivo então? Participar? Para mim participar é insuficiente, tem de haver interesse pela competição e não desistir a meio.

Não me refiro a ninguém em particular, pois não faço considerações pessoais sem saber o que realmente as fundamenta. No entanto (e de uma maneira geral) como pode haver evolução, se este ano entramos com uma equipa e para o ano já não entramos? Como pode haver evolução se somos campeões e não vamos para uma prova mais competitiva que nos fará crescer?

Se juntarmos a estes factos, os poucos recursos financeiros dos clubes (que muitas vezes servem injustificadamente de desculpa), a inexistente aposta e interesse da nossa associação na modalidade, em particular na formação (jogadores e técnicos, principalmente), então rapidamente chegamos à conclusão que o futsal no distrito de Portalegre (do qual tenho um conhecimento mais profundo) não serve mais do que passar o tempo, jogar com os amigos e experimentar uma modalidade diferente (para os jogadores de futebol 11).

Felizmente e além do Eléctrico Futebol Clube, existem ainda 2-3 clubes que dão especial atenção à modalidade

FA- Para si quem são os principais adversários na luta pela manutenção?

Penso que das quatros equipas que vão descer (o Nadadouro desistiu), a Escola de Santarém e a Mata Milagres são grandes candidatos a descer. Faltam dois lugares para a descida de divisão. O Eléctrico, o Externato da Benedita, o Arnal e a Mendiga serão as outras candidatas à descida de divisão, visto que não creio que a União de Leiria e a Quinta dos Lombos possam descer.

Fa - Quais as suas expectativas e objectivos para a esta época?

Gostaria de efectuar uma segunda volta de campeonato mais tranquila, mais consistente. No entanto só me interessa manter, mesmo que tenha de “sofrer” até ao fim. Se para o ano o Eléctrico estiver novamente na 3º divisão, como creio, terei atingido novamente os objectivos.

Fa- E a nível pessoal, quais são as suas ambições?

Não tenho muitas ambições a nível pessoal, no que respeita ao futsal. Como já referi nesta entrevista, há quem diga que devo ser bastante ambicioso. Não digo que não gostasse de treinar uma equipa com mais ambições. Se essa oportunidade surgir, na altura pensarei nisso. Mas no entanto, não é algo que eu procure ou queira como objectivo.

Para mim, o futsal é apenas um hobbie, que levo bastante a sério. Chegar onde cheguei, em tão pouco tempo, já é uma grande satisfação para mim e, tenho de agradecer a quem se lembrou de mim e me deu esta oportunidade.

Estar no Eléctrico é estar no topo do desporto alentejano, seja em que modalidade for e, por isso, só tenho de estar satisfeito com o que consegui e agradecer a quem sempre me apoiou e ajudou.

FA-O que está a achar do campeonato ate ao momento? Está a corresponder as suas expectativas?

Se lhe dissesse que não gostava de ter mais pontos e assim estar melhor classificado, estaria a mentir. No entanto, no desporto de competição, umas vezes ganhasse outras perdesse e temos de saber viver com isso. O que peço aos meus jogadores é que saiam sempre de cabeça erguida e com o sentido do dever cumprido, que diga-se de passagem, é o que tem acontecido.

FA- ESPERAVA MAIS DA SUA EQUIPA NO CAMPEONATO?

Não tenho qualquer problema em dizer que posso vencer qualquer equipa deste campeonato, o que até está provado pelos resultados obtidos contra as equipas que se encontram no topo da classificação, no entanto o campeonato é feito de regularidade e nós não temos conseguido essa regularidade.

Vamos tentar fazer melhor nesta segunda volta, mas caso o campeonato terminasse agora, já ficaria satisfeito, pois alcançaria o objectivo principal desta equipa, ou seja, a manutenção no nacional desta 3ª divisão.

Fa- Quer deixar alguma mensagem aos amantes do futsal masculino?

Quero deixar aqui um voto de boa sorte para todas as equipas alentejanas, em particular as que participam nos campeonatos nacionais de futsal, pois sei das dificuldades que se apresentam aos clubes do interior, que ainda assim tentam e fazem o melhor que sabem e conseguem.

Um cumprimento especial, também às equipas do distrital de Futsal de Portalegre que encaram a modalidade de uma forma séria, participando ano após ano e, assim tentam melhorar e contribuir para o sucesso desta modalidade a nível distrital.

FA- Para terminar, deixe uma mensagem aos leitores do FUTSAL ALENTEJO ?

Que continuem apoiar estes blogs e estas iniciativas, pois estes blogs e estas iniciativas em particular, oferecem visibilidade aos clubes de futsal, visibilidade esta, que deveria ser dada pelos órgãos competentes, em particular as associações de futebol e os órgãos de comunicação.

Não tenho problemas em afirmar, que não vejo em nenhum órgão de comunicação distrital (à excepção dos órgãos de comunicação da cidade de Ponte de Sôr e de um programa da rádio Portalegre aos domingos) qualquer menção ao futsal do Eléctrico, que representa semanalmente o distrito, a nível nacional.

Ao contrário fala-se do distrital e do nacional de futebol 11. Penso que fazem bem em divulgar os distritais, mas não se deviam esquecer de quem representa o distrito a nível nacional.

São estes blogs, que fazem o trabalho que deveria ser feito pelos “profissionais”.

Por fim, um obrigado e um bem-haja por se terem lembrado de nós.

2 comentários:

Emanuel Baleizão disse...

És tu, o grande XICO DE ALTER...Um Abraço

rogerAjacto disse...

Mister!És o maior! Música Celta, sumol laranja... Eheheheh, está demais!
Abraço do capitão.
ALMA ELÉCTRICO!!!