domingo, 25 de maio de 2008

Quando a ansiedade "compete" com a competição

Creio que é de extrema importância que os treinadores tenham conhecimento, ou simplesmente a noção, que este problema afecta (e de que maneira) a actuação dos seus atletas antes, durante e até depois do jogo. Neste sentido, importa reconhecer alguns sinais de alerta, a fim de minorizar os efeitos nocivos e colaterais que a ansiedade e o medo inerente possam causar no atleta, despertando uma ineficácia eminente no desenvolvimento das estratégias delineadas.
Desta forma, apresento este pequeno texto que penso que será de extrema importância para todos os treinadores e até mesmo para os próprios atletas.
Conheçam quem trabalhais para antecipar a resolução de um problema futuro...
A ansiedade é um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas como vazio (ou frio) no estômago (ou na espinha), opressão no peito, palpitações, transpiração, dor de cabeça, ou falta de ar, dentre várias outras.
A ansiedade é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças. O medo é a resposta a uma ameaça conhecida, definida; ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida, vaga.
A ansiedade prepara o indivíduo para lidar com situações potencialmente danosas, como punições ou privações, ou qualquer ameaça a unidade ou integridade pessoal, tanto física como moral.
Desta forma, a ansiedade prepara o organismo a tomar as medidas necessárias para impedir a concretização desses possíveis prejuízos, ou pelo menos diminuir suas consequências.
Portanto a ansiedade é uma reação natural e necessária para a auto-preservação. Não é um estado normal, mas é uma reação normal, assim como a febre não é um estado normal, mas uma reação normal a uma infecção.
As reações de ansiedade normais não precisam ser tratadas por serem naturais e auto-limitadas. Os estados de ansiedade anormais, que constituem síndromes de ansiedade são patológicas e requerem tratamento específico. Os animais também experimentam ansiedade. Neles a ansiedade prepara para fuga ou para a luta, pois estes são os meios de se preservarem.
A ansiedade é normal para o bebê que se sente ameaçado se for separado de sua mãe, para a criança que se sente desprotegida e desamparada longe de seus pais, para o adolescente no primeiro encontro com sua pretendente, para o adulto quando contempla a velhice e a morte, e para qualquer pessoa que enfrente uma doença. A tensão oriunda do estado de ansiedade pode gerar comportamento agressivo sem com isso se tratar de uma ansiedade patológica.
A ansiedade é um acompanhamento normal do crescimento, da mudança, de experiência de algo novo e nunca tentado, e do encontro da nossa própria identidade e do significado da vida. A ansiedade patológica, por outro lado caracteriza-se pela excessiva intensidade e prolongada duração proporcionalmente à situação precipitante. Ao invés de contribuir com o enfrentamento do objeto de origem da ansiedade, atrapalha, dificulta ou impossibilita a adaptação.Dentre vários sintomas poderão estar presentes os seguintes sintomas:
1- Aceleração da frequência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável.
2- Sudorese (suor) difusa ou localizada (mãos ou pés).
3- Tremores finos nas mãos ou extremidades ou difusos em todo o corpo.
4- Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar.
5- Sensação de desmaio iminente.
6- Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco)
7- Náusea ou desconforto abdominal.
8- Tonteiras, instabilidade sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia.
9- Medo de falhar e não conseguir concetrizar os objectivos.
10- Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo.
Muitos são os atletas que evidenciam comportamentos que comportam estados ansiosos e que se não forem devidamente tratados poderão agravar a sua conduta desportivo manifestando posteriormente uma ansiedade generalizada que irá carecer de apoio médico especializado.
Antes dos jogos, ou durante a semana de treinos poderão ocorrer manifestações de ansiedade (nervosismo, intiolerância, apreensão, etc), sobretudo se o atleta é inexperiente e/ou irá ser confrontado com uma situação competitiva nova, onde o grau de exigência dos objectivos do jogo é elevado ou simplesmente porque o medo de desiludir que acreditou no seu potencial poderá ser posto em causa. No momento que antecede o jogo os picos de ansiedade poderão ser mais elevados, dado que o momento é crucial .
Em todas as situações o treinador deve preparar os seus atletas no sentido de minimizar as condições favoráveis á propagação da ansiedade, dialogando com os atletas (em grupo ou individualmente), "aliviando-os" de certa forma de algum peso que eles acarretam. Desta forma, poderá ajudar o atleta a potencializar as suas prestações desportivas, potencializando um crescimento saudável, apoiado e sustentado, promovendo um atleta preparado adequadamente para a competição.

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